
AÇÕES DE ESCUTAESCRITA
A Performance de uma pessoa escrita é uma ação de escutaescrita, realizada nas ruas da cidade de São Paulo desde o ano de 2012, acompanhada de uma máquina de escrever, a artista se coloca em locais de espera da cidade, como pontos de ônibus, terminais rodoviários, metrôs, etc, além de Sescs, galerias de arte, fóruns de leituras e eventos literários, FLIP 2016, Canal Arte 1, Tv Brasil, na exposição Ecos Mecânicos no MAC, SP, entre outros. ​
Corpo Geo Grafia é uma ação de escuta em que a artista levanta um cartaz escrito "Anda de mãos dadas comigo?", a artista se movimenta somente quando uma pessoa lhe der as mãos.​
Pinto suas unhas é uma ação que acontece no Parque da Luz, na cidade de São Paulo, em que a artista oferece o "fazer as unhas" de quem decide se sentar e conversar.
Em todas as açãoes aqui citadas e realizadas pela artista, desde o ano de 2012, a escuta e a escrita são materialidades surgidas do tempo ofercido ao estar junto de alguém que não se conhece no espaço público da cidade.
Sobre
Tatiana Schunck é uma artista pesquisadora, pós doutroranda em Artes no Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais/LUME/UNICAMP, que circula por ações de escutaescrita, sendo a escuta a condição para ações artísticas que desenvolve no contato fino com pessoas desconhecidas.
Atualmente, desenvolve no pós doc, o projeto Laboratório Poético Experimental: Práticas de escrita, com bolsa FAPESP, a fim de aprofundar a relação entre escutar e escrever, tendo o mote "invisibilidades da morte" como operação de linguagem, foco do Projeto Temático do LUME Teatro, do qual a artista está inserida como pesquisadora.
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A artista coloca-se num estado de presença diferenciado por ruas, espaços de espera, entre cidade e natureza, buscando diferentes disparadores de escuta que gerem escritas variadas. A artista experimenta a escrita que escorre de uma escuta, a escrita como um verbo da escuta. Seu foco está em buscar encontrar espaços de encontro com o outro, sempre um outro desconhecido, para escutar e escrever o que acontece nessa situação artística.​​
Estes encontros revelam a efemeridade destas ações quando apontam instantes de intimidade entre pessoas que não se conhecem, quando revelam alguns não ditos presentes em respirações, silêncios e tentativas de se contar a alguém, e quando constroem um território de percepções acerca de uma estranha qualidade de presença neste estar diante de alguém que não se sabe quem.

Dec 03, 2018
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Dec 04, 2014
Solange
Acho que por dentro eu sou triste, tem tudo isso aqui dentro.
Com doze anos eu cuidava de seis irmãos, a mais nova das minhas irmãs tinha cinco meses quando minha mãe se foi. Eu quis fazer medicina, ou enfermagem, mas não consegui... A gente era muito pobre, eu tinha só uma peça de roupa, tinha uma saia que eu tinha que lavar e secar no ferro de passar para poder usar de novo, todo dia.
​Eu queria mudar, mas não sei ficar num lugar e estar, não sei o que fazer para mudar isso que eu sinto. Eu me vejo hoje assim, eu queria ser mais aberta. Outro dia um dos meus irmãos falou: - você cuidou da gente porque quis. Eu disse que não foi bem porque eu quis, mas meu pai tinha que trabalhar e falava para mim que eu tinha que lavar a roupa, que eu tinha que ir na reunião da escola do meu irmão. Que eu tinha que cuidar.
Jan 13, 2015
Josué
Sou tÃmido, não falo muito... Eu fico me sentindo um peixe fora d’água, acho bonito isso que você faz... A arte está fora da necessidade das pessoas. Se eu tivesse tempo escreveria sobre como as pessoas ficam no celular, o tempo todo, no ônibus, no metrô... Antigamente, as mulheres bordavam no ônibus, agora estão no celular e nem si para que... Onde estão? Eu sou um peixe fora d’água...
Dec 16, 2014
Cinthia e Vicente
Passados alguns dias em São Paulo já, Victor ligou uma vez, duas, três, e já estavam há alguns dias a conversar pelo telefone. Um dia, ela estava com a filha e ele ligou e a filha atendeu. Disse para ela pedir à mãe que fosse até a janela e que olhasse a lua, pois que ele a olhava (a lua) e pensava nela (a Cinthia). Cinthia resistiu um tanto e foi ver a lua. Eu vi, ela disse. Olhou para ele com algum sentimento que só cabe a eles e me retornou um olhar de cumplicidade. Essas coisas não costumam acontecer... Não achava que a vida ainda tinha algo para mim. Foi algo divino que nos apresentou essa outra vida... Eu tive medo, uma resistência de pensar: mas agora, eu viúva? Já não pensava mais nessa vida, mas é bom saber que sim, que dá para fazer sentido para alguém... Dá para mudar a vida de outra pessoa. E como lidar com essa recepção? Com esse aceitar? Eu posso?
Encontros



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